quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sobre ideias e pontes

Um texto de 2009 que escrevi enquanto estava sozinho, tentando reavaliar a maneira como eu encarava a vida e tudo que vinha me acontecendo. Acho interessante, relendo hoje, o ponto de vista que usei. Aproveitem!

SOBRE IDEIAS E PONTES

Hoje penso em escrever sobre minha vida e como estou levando a mesma. 
A vida tem, dia-a-dia, assumido tons de cinza nunca antes vistos por este que vos escreve. 
Por ter assumido um papel passivo em minha vida, simplesmente reagindo à tudo que me acontece, deixei, e tenho deixado, de ver a vida, bela como ela realmente é. 
As escolhas e possibilidades que a vida me apresenta, já não são escolhas e possibilidades e sim meros detalhes de uma paisagem que não me canso de admirar, desejar. 
Imagino-me como parte dessa paisagem, não mais um mero observador. 
Ajo e interajo, sou parte, integrante, integrado. Sou eu como sempre fui e já não sou mais. 
Sou eu, controlando minha vida, não mais sendo controlado. 
Junto de mim, amigos, família, amores. 
Tudo sincero e verdadeiro. Tudo parte da vida da que participo. Da qual vivo. 
Sonho em como ser ser o que não sou.
Deixo as ideias correrem, deixo as águas passarem sob quantas pontes forem necessárias. 
Não sou isso. 
Não sou água que passa. Sou ponte que fica.
Imparcial, olhando de cima a vida que vai, esperando uma tempestade, uma enchente, que me destrua e me leve consigo. 

Rafael Caputti Caleffi
19/11/2009

terça-feira, 19 de junho de 2012

Das escolhas e das consequências.

Um texto recente (fresquinho... acabei de escrever), para compensar as velharias que tenho postado aqui no Blog...

DAS ESCOLHAS E DAS CONSEQUÊNCIAS

Relendo meus textos antigos e conversando com amigos e conhecidos, não pude evitar a observação obvia de como cada pessoa faz uso das dificuldades que a vida apresenta. 
Temos, todos, momentos de alegria e felicidade contagiante e, em quantidade significantemente maior, temos momentos de tristeza, decepção, desgostos, depressão e tantos outros sentimentos negativos. 
Para os que estão entrando na vida agora ou que, por ventura, vieram de outro planeta e estão chegando na Terra agora: Bem vindos à convivência Humana!.
Tenho que ser cuidadoso para não entrar em discussões passadas. Não quero me repetir. 
Meu objetivo hoje é tentar analisar - por que entender, eu duvido que consiga - a tendencia das pessoas em utilizar situações e/ou momentos de sofrimento como desculpa (vulgo: muleta) para defeitos ou fraquezas injustificáveis.
Como já comentei em textos anteriores, todo mundo sofre, invariavelmente. Isso é um fato. O que varia é o uso que as pessoas fazem deste sofrimento.
Conheço quem use a dor para justificar um vicio: "eu bebo/fumo/me drogo para fugir da dor", mesmo que não assuma isso abertamente. 
Conheço quem use o sofrimento que muitas vezes (e constantemente) a vida nos impõe para "justificar" falhas de caráter: "sou cachorrão/bato em mulher/abandono meus parentes idosos/roubo/minto por que em algum momento, alguém que eu amava me fez sofrer e por isso sou assim" mesmo que não adita abertamente. 
Conheço também, agora em escala muito menor, pessoas que, mesmo com toda dor e sofrimento, tentam (muitas vezes a custo de mais dor e sofrimento) tirar alguma lição boa da experiência vivida: "Meu pai/mãe/irmão/conhecido me batia sem motivo, por isso, nunca vou bater em ninguém". 
Estes exemplos são meramente ilustrativos. As possibilidades de cada caso são, numa estimativa humilde, infinitas.
Ninguém pode culpar a vida pelas escolhas feitas. Sempre existe uma opção.
Geralmente as opções que a vida nos apresenta são diversas das que gostaríamos - tão claro como a luz do dia - e é ai que mora a beleza da vida!
Não existem opções erradas!
Ok! Agora vão dizer que estou sendo incoerente. Deixem-me explicar. 
As opções que temos sempre vão nos presentear com algum tipo de lição. Sempre haverá algum tipo de dificuldade (SEMPRE!) e sempre haverá alguma recompensa. Esta diretamente proporcional à aquela, ou seja, Quanto maior a dificuldade, maior a recompensa. 
O que acaba faltando, para aqueles que usam a dor e o sofrimento como desculpa, como bengala, é a força de vontade de enfrentar as dificuldades que eles mesmos escolheram vivenciar.
Sei que alguém, em algum momento deste texto se indagou: "mas não fui eu quem escolheu passar pelo que estou passando!" A você deixo as seguintes palavras:
Nem tudo que passamos na vida é escolha nossa, você tem razão. 
Nestes casos, nossa escolha está em como vivenciar esta experiência. 
Vou me fazer de vitima e ficar me lamentando e usando isso como desculpa para não mudar/melhorar ou vou aproveitar essa oportunidade que a vida está me dando e vou enfrentar de peito aberto o que for necessário, sem reclamar (ok... talvez só um pouquinho, afinal somos Humanos) e sem fraquejar (isso NUNCA), com a certeza sempre presente de que cada passo dado, por mais doloroso que seja, te faz alguém melhor.
A escolha é livre. A colheita, obrigatória.

Pensem nisso.

Rafael Caputti Caleffi
19/06/2012

It's high time to start living!

Minha gente!! texto bônus de hoje. 
Escrito alguns dias depois do meu texto anterior de hoje, foi uma experiência em inglês (não vou traduzir...). Gosto muito deste texto. De alguma maneira, em inglês parece que é mais forte do que se traduzisse para o Português. 

ENJOY


IT'S HIGH TIME TO START LIVING!

When thought of nothing takes control of my soul, whiling to have me crawling, asking for you to forgive, only my will, with all it's power, can make me stand up and face my life as I should, as I must, as it have to be faced. 
When we're feeling lonelly, when we're hoping nothing but the silent sound of nobody's breathing, that's when we find out that our happiness depends only on ourselves. 
I've lerned the hardest way that we must not put our happiness on anyone's hands but our's.
Lost thoughts, lost souls, lost happiness that sudenly is found, conquered, recovered.
That's my guilty if I'm unhappy. That's my fault if I'm lost in dreadfull feelings. That's my dispair when I see what I needed to have done but did not. 
It's high time to start living.
I'ts high time to stop tormenting ourselves with useless things.
It's high time we take our life's control in our bare hands to turn it's course to our will.
It's high time I stop writing and start living.

Rafael Caputti Caleffi
07/11/2005

UMA DECISÃO IMPORTANTE

Pouco mais de 1 ano separa o primeiro texto de hoje deste que segue. Acho interessante como o conteúdo e a maturidade mudam tao drasticamente. 


UMA DECISÃO IMPORTANTE

Uma certeza que há muito tempo havia desaparecido, hoje, em uma conversa despretensiosa, ressurgiu em meu coração e minha alma. 
Hoje, uma certeza que preciso exteriorizar se apropriou de mim e me fez alguém melhor. 
Palavras definem ações e, ações são tomadas pro qualquer pessoa disposta a toma-las.
A palavra eu já tenho. 
A disposição eu conquistei. 
Hoje decidi uma coisa para minha vida. Hoje eu decidi ser feliz. 
Sabe, para mim chega de duvidas, incertezas, indecisões.
Para mim chega de depender dos outros para me sentir bem. Para mim chega dessa carência afetiva que, não importa quanto afeto eu receba, não é satisfeita jamais.
Hoje tomei a decisão mais importante da minha vida. 
Doa a quem doer, machuque o quanto for. A partir de hoje, quem decide a minha felicidade sou EU e mais ninguém.

Rafael Caputti Caleffi
04/11/2005

Cinza com tons dourados

Mais um texto antigo, de 2004. Numa época complicada de minha vida pessoal. Acho interessante observar a diferença de conteúdo destes textos mais antigos para os mais recentes. O próximo texto de hoje vai ilustrar muito bem isso. Espero que gostem


CINZA COM TONS DOURADOS

Qual a língua da dor?
Que palavras expressam o amor?
Não sei por que tanto sofro, 
Não sei por não.
Não sei por que, 
Não sei por quem. 
Sofro tanto que já não choro e 
o sol que antes aquecia
sofre ao brilhar e o seu cinza com tons dourados
fazem eu me sentir fora de mim!

Por que as estrelas
hoje são pontos negros no céu brilhante e, 
a lua hoje escurece até os mais brilhantes amores.

Fogo quente
congela minhas palavras no ar,
que caem no chão e se quebram
como cristal atirado contra parede, 
como espelho em momento de fúria.

E meu coração para, 
e a coragem me falta
Já não consigo falar.
Mal consigo pensar.

Já não sou mais eu em mim.
Já não sou ninguém assim.

Sou dor, sou frio
sou só
Sou eu
que não sou eu.

Apesar da alegria de viver, 
a vontade me escapa, 
como areia entre os dedos e
a unica coisa à qual posso me apegar
é ao que não me restou
da fração do homem que ja fui.

Rafael Caputti Caleffi
06/06/2004

Pedido de desculpas

Gostaria de pedir desculpas para meus (poucos) fieis leitores mas este blog, pelo menos até este momento, não vera a integra de meus manuscritos. Relendo meus textos mais antigos, percebi que escrevi muitas coisas que foram destinadas à algumas pessoas que passaram em minha vida e que, mesmo nunca sendo vistos por quem os motivou, não me sinto bem em disponibiliza-los.
Sei que se eu não colocasse este texto no blog, ninguém sequer perceberia. Mas acho que é honesto de minha parte. Hoje, mais dois textos. aguardem.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ensaio sobre a perda

Mais um texto relativamente antigo (não tanto quanto o anterior). Não me recordo o motivo deste ensaio mas sei que veio do coração. Não gosto muito de meus textos antigos por que me vejo imaturo e despreparado.. mas afinal de contas, isso é obvio, ja que até então não tinha vivido tudo que vivi até hoje.

ENSAIO SOBRE A PERDA

Assusta a ideia de não ter mais.
Esse sentimento de impotência, de incapacidade, de um dia acordar e simplesmente não ter mais é aterrador.
Não sei dizer se é egoismo, amor ou algum outro sentimento; desses que fazem a gente querer quem amamos bem juntinho de nós. SEMPRE.
Não sei dizer, também, se é bom ou ruim manter este sentimento dentro do peito. Se é que é possível simplesmente nos desfazermos dele. 
Dói só de pensar em não te-los junto de nós. Dói pensar que, mesmo estando livres da dor, do sofrimento e da limitação, eles não estarão ao alcance de nosso toque, de nosso olhar. 
Sei também que o amor não tem fronteiras. Não conhece limites como paredes, grades, portas cercas ou mesmo a carne. 
O amor desconhece distancia ou tempo.
O amor é eterno. Simplesmente segue.
Um dia acordamos e descobrimos que só nos resta o amor. Só nos resta a certeza de que amamos ao máximo e a duvida se amamos tudo e todos que pudemos. 
Se algum dia alguém ler este ensaio, deixo um recado: Ame! Ame com todo o seu ser. Ame como se sua vida dependesse disso. Mas não só ame. Deixe-se ser amado. Deixe-se ser amado com a mesma intensidade com que você ama. 
Por ultimo, Ame, deixe-se ser amado mas também demonstre seu amor. Palavras, Atitudes, ações. 
Amar é importante, deixar-se ser amado é importante. Saber que você é amado em momentos onde nos imaginamos sozinhos, é libertador.

Rafael Caputti Caleffi
25/10/2009

AUTOFAGIA

Este texto escrevi ha mais de 10 anos. Encontrei ao folhear um antigo caderno de rascunhos. Sei que, de alguma forma este poema tem algo de imaturo, mas, ao mesmo tempo, me agrada pois tem alguma profundidade. Espero que gostem.


AUTOFAGIA

Tudo o que sei
Mostra tudo o que fui.
Não sei nada, 
Não fui ninguém. 

Sabedoria adquire-se.
Aconhecimento, se ganha.
amores, se perdem.

Tudo pelo que lutei 
some como a luz ao anoitecer.
Tudo que sempre fui
Morre como a noite ao amanhecer.

Morro a cada erro
Renasço a cada beijo.

Noites eternas de solidão
são ilhas de tristeza
em um mar de alegria, 
Minutos de certeza.

Certeza de que o amor não acabou.
Certeza de que amando sou amado.
mas o remorso me corrói a alma 
e o dia torna-se noite
e o amor e a alegria, 
nesse instante, 
são dor e autofagia.

Me consumo, 
Me devoro. 
Minha alma

Autofagia!
em analogia à 
Antropofagia.

Autofagia!
Consumo próprio
da própria carne.
Como troféu,
assim como faziam os 
índios, mamelucos
malucos.

Me consumo, 
Me como, 
Me devoro.
Me demoro...

Dou um tempo para conseguir, 
preciso descansar.
Carne dura como a minha 
é difícil digerir

Carne espiritual, 
alma.
Carne emocional, 
Músculo

Carne emocional: 
Carne moída!
Carne, CARNE, CARNE!!!
Antropo/auto fagia.

Rafael Caputti Caleffi
14/08/2002

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sobre o sofrimento e a auto-piedade

Observo cada vez mias estarrecido a tendencia dos seres Humanos se fecharem para a beleza da vida, o lado bom de tudo que acontece quando o sofrimento se faz presente.
Não incomum, o sofrimento torna-se uma obsessão. Drenando muito mais energia da vida e da alma das pessoas do que, se encarado de modo saudável, o sofrimento drenaria.'
É amplamente conhecido que, qualquer que seja  a dor, ela dói em quem sente. Um observador só pode, ainda assim, quando muito, imaginar o que o alvo de sua observação sente (muitos sequer possuem este tipo de empatia).
Somado ao fato de que todos, sem exceção, sofrem, , o desenvolvimento dessa obsessão por seu próprio sofrimento é, ao meu ver, uma das mais altas expressões de egoismo. Egoismo ao ponto de, tampouco raro, passar-se a usar o sofrimento como objeto de disputa: "Ah! mas eu sofro muito mais do que você!"
Esse falso sentimento de auto-piedade esconde a incapacidade destas pessoas superarem o que quer que se faça necessário. 
Presas num ciclo interminável de angustia, auto-piedade, medo e conformismo, estas pessoas simplesmente não conseguem ver a beleza e a dadiva concedida a cada um de nós, em tudo que fazemos, somos, temos...
Insatisfeitas com o sofrimento que possuem e do qual não querem se livrar, as pessoas buscam e/ou criam mais e mais empecilhos, transformando e transfigurando, aos seus olhos ao menos, sua vida e sua historia em um martírio cujo único fim é a morte.
Poucas pessoas conseguem reconhecer que os sofrimentos que não podemos evitar, na nossa vida, são muito poucos quando comparados com os sofrimentos que escolhemos e/ou causamos a nós mesmos.
Em fim, poderia discorrer indefinidamente sobre a capacidade humana de sentir auto-piedade por sofrimentos auto-infligidos, mas como tenho tantas outras coisas mais importantes para fazer, vou me ater à estas palavras finais: Pare de chorar por estar sofrendo. Você pode não ser a pessoa mais afortunada do mundo, mas está longe de ter motivos suficientes para se auto-denominar a mais infeliz. Já passou da hora de parar de chorar e sentir pena de você mesmo e começar a crescer e amadurecer. 

Sobre peixinhos dourados e aves

Escrevo por que preciso, não porque quero. 
As ideias e pensamentos forçam sua saída, não sou eu quem escolhe quando e o que escrever. É involuntário.
Mesmo sendo dono de minhas ideias, não sou seu senhor. Minhas ideias são livres para ir e vir, são livres para mudar a seu bel prazer. Para se adaptarem como melhor lhes convir. 
A liberdade que dou às minhas ideias e retribuída na mesma moeda. Sou livre para ser feliz por não ser escravo das ideias que deixo livre. 
Ser escravo de ideias é o mesmo que se ver preso em um aquário: pode-se ver o mundo, mas uma barreira invisível nos mantém dele. Nos protege, sim, dos perigos - a maioria; não todos - do mundo mas, protegendo, nos impede de viver as possibilidades ilimitadas que só se apresentam a quem se arrisca.
Não sou peixinho dourado (apesar de loiro) para viver limitado pelas paredes invisíveis que as ideias cristalizadas criam; paredes de vidro que pensamos - acreditamos - nos protegem mas que, num confronto direto se estilhaçam, ferem, desestabilizam.
Não sou peixinho dourado. Sou andorinha, águia, condor, pomba. 
Sou Condor porque, ao não ser escravo das minhas ideias, tenho a envergadura da maior ave de todas. Voo alto sem esforço.
Sou Águia pois a liberdade nos da a habilidade de ver (mais do que enxergar) muito alem do obvio.
Sou Andorinha por que, não sendo refém de ideias, tenho agilidade, velocidade. Mudo de direção tão pronto quanto desejar; tão imediato quanto pensar, me esquivo para fugir ou lutar. 
Sou Pomba pois, mesmo desbravando novos horizontes e possibilidades, jamais me esqueço minha origem e, quando desejo, retorno ao que era sem pestanejar. 
Sou as quatro aves juntas e, ao mesmo tempo, nenhuma delas. Sou coerente. Sou livre. Sou feliz. 
Nossa liberdade, como a de qualquer ser vivo, é fonte inesgotável de felicidade. Mas somente para aqueles que sabem tirar proveito desta liberdade. 
Todos os que não sabem fazer bom uso da liberdade que possuem ou que ignoram as responsabilidades que a liberdade demanda (sim, liberdade não é isenção ou inexistência de responsabilidade - isso é libertinagem - muito pelo contrario).
Um dia conclui que o homem deixaria de ser homem se, um dia, não existissem mais responsabilidades. A falta ou inexistência de responsabilidades instaura a loucura.
O Homem sem responsabilidade se torna selvagem, retorna às origens animalescas. 
A ciência prega que o que difere o Homem dos animais é sua capacidade de pensar. Pensar irresponsavelmente e, consequentemente, agir da mesma maneira, é deixa de ser humano. 
Ser ou não ser escravo das suas ideias implica em ser ou não responsável por elas.